“Educação fiscal vai além do tributo e controle social”

A educação fiscal surgiu no Brasil como consequência de um movimento de reforma do Estado iniciado na década de 1990. Corresponde a uma proposta de formação do indivíduo por meio da sensibilização quanto à função socioeconômica do tributo e do incentivo ao exercício do controle social.

É preciso pensar a educação fiscal além do tributo e do controle social. Foto: Divulgação

Para seus idealizadores, quanto maior o acesso do cidadão a uma educação que o instrua sobre tributo e controle social, maior será a qualidade de sua participação na gestão pública e na fiscalização de seus governantes. Isso significa adequar os gastos públicos aos interesses sociais e criar uma barreira defensiva contra a corrupção e o desvio de recursos para a melhoria qualitativa da vida em sociedade.

Por meio de uma abordagem essencialmente bibliográfica e qualitativa e descritiva, este artigo tem por objetivo identificar as principais características da educação fiscal, na condição de política pública, e suas propostas de incentivo ao exercício da cidadania.

A conclusão a que se chega é a de que a defesa de uma proposta de educação para a cidadania baseada unicamente em uma relação onerosa entre cidadão e Estado parece inapropriada, uma vez que qualifica o cidadão tal qual um “acionista”, com a responsabilidade de investir no Estado para ter o direito de receber algum serviço ou informação. Sob essa ótica, a cidadania deixa de ser o resultado de conquistas históricas da sociedade humana para se reduzir a uma relação funcionalista e gerencial entre fisco e contribuinte. É preciso pensar a educação fiscal além do tributo e do controle social.

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